20 de março de 2011

Continuar Respirando

A consciência de estarmos vivos, aliada à certeza de que um dia morreremos, torna a existência bem difícil, às vezes. Principalmente quando se tem um acúmulo de decepções, de erros repetidos, de pessoas egoístas a seu redor e quando parece que viver é continuar presenciando esses desprazeres periodicamente.

Quando você não faz uso das muletas da religião, nem do delírio da crença em um ser que "escreve certo por linhas tortas" (como reza a lenda), fica bem complicado encontrar motivos para querer continuar vivendo numa situação dessas.

Porém nem tudo está perdido. Ainda existe a arte; e essa pode vir carregada da filosofia que você necessita. O título desse post é referência à cena do filme "O Náufrago" (Cast Away, 2001), serve bem em momentos de tristeza profunda que a auto-destruição (do filme "Clube da Luta") não parece te ajudar. Não achei um vídeo com legenda e o com audio original está muito baixo, porém vou apenas escrever aqui a fala do personagem principal, que já serve.

(A fala se dá quando ele comenta com um amigo sobre uma situação ocorrida quando estava na ilha e achava que não iria nunca sair de lá)

"Então, eu peguei uma corda e fui até o topo do penhasco para me enforcar
Eu tinha que testar, você me conhece.
(Ele testou amarrando um pedaço de madeira a uma árvore e jogando)
E o peso do tronco quebrou o galho da árvore
Então eu... eu não podia nem me matar da maneira que eu queria. Eu não tinha poder sobre nada. (...)
Foi quando esse sentimento veio sobre mim, como um lençol me aquecendo
Eu soube que, de alguma maneira, eu tinha que ficar vivo. De alguma maneira, eu tinha que continuar respirando.
Mesmo sem haver nenhuma razão para se ter esperança.

E toda minha lógica disse que eu jamais veria minha casa denovo.
Então foi o que eu fiz... eu continuei vivo. Eu continuei respirando.
Minha lógica se mostrou errada, porque a maré veio e me trouxe uma jangada.
E agora aqui estou, de volta em Memphis, conversando com você. Eu tenho gelo no meu copo! Mas minha esposa não me ama mais(...)

E eu sei o que devo fazer agora... Eu devo continuar respirando.
Porque amanhã o sol irá nascer. Quem sabe o que a maré poderá trazer?!"

Para alguns pode parecer triste, mas eu não acho. Essa cena, esse pensamento, esse diálogo, já salvou vidas, de verdade.

14 de março de 2011

Miguel Nicolelis e a inspiração científica

Eu considero a Ciência de fundamental importância para a existência humana porque acho que ela é o transformador social mais belo e bem trabalho que existe até o momento. Nos meus devaneios, um trabalho científico é comparável à uma obra de arte: precisa-se de inspiração, talento, dedicação e muito cuidado.

Porém, essa é uma idéia que nem todos cientistas compartilham. Digo isso, pois acabo de me formar em uma universidade pública brasileira e colecionei inúmeras decepções com maioria de meus professores, pessoas essas que deveriam ser os representantes do conhecimento científico e não apenas gozar de títulos e da relativa tranquilidade de um emprego estatal/federal efetivo.

Eu que me apaixonei pela Ciência ainda adolescente, morando e estudando em Campina Grande, uma cidade do interior da Paraíba, parecia utopia eu um dia encontrar pessoas aqui por perto que compartilhassem da mesma filosofia. E pensar em pesquisar em um laboratório de verdade, com recursos mínimos disponíveis, aplicando estudos com desenhos metodológicos bem preparados, era um delírio dos grandes.

Porém um dia, por um professor da UFPE que acabei conhecendo através de um grupo de pesquisa, ouvi falar do cientista e professor Miguel Nicolelis. Quando fui pesquisar mais sobre o cara, não só me impressionou as credenciais e prêmios que ele tem, porém o fato dele realizar um trabalho espetacular no estado do Rio Grande do Norte, logo aqui no Nordeste, vizinho a meu estado.

Passei a acompanhá-lo pelo twitter (lugar onde ele é bem participativo, diga-se de passagem) e sempre virava pauta de conversas que eu tinha com um amigo meu, parceiro de idéias e filosofias, que também passou a ser grande admirador de Nicolelis.

E eis que hoje, passando pelo Youtube, tropecei em um dos muitos vídeos dele. Os dois desse post em especial são a primeira e segunda parte de uma aula inaugural na UnB, chamada de "Aula da Inquietação". Que eu chamaria de Aula da Inspiração.

Se você, leitor, estiver na mesma situação do autor desse blog, que se encontra desestimulado com a maneira que as pessoas encaram a Ciência, que às vezes acha que a vontade de ser um cientista de verdade foi querer sonhar alto demais e que se vê como um solitário no meio de um país tão populoso; os 14 minutos desses vídeos não serão poucos pra dar um toque de esperança e fazer você reacreditar que a Ciência pode sim mudar a realidade do nosso país e que existem pessoas dispostas a isso.








"Mesmo o fracasso na perseguição de um sonho impossível vale a pena"

3 de março de 2011

Piada Pronta

Pacote de maconha é abandonado em guichê na rodoviária de Campina Grande


"O gerente suspeita que o produto tenha sido esquecido por algum passageiro que seguia para João Pessoa"


Nada como um esteriótipo numa notícia dessas.