Quando você não faz uso das muletas da religião, nem do delírio da crença em um ser que "escreve certo por linhas tortas" (como reza a lenda), fica bem complicado encontrar motivos para querer continuar vivendo numa situação dessas.
Porém nem tudo está perdido. Ainda existe a arte; e essa pode vir carregada da filosofia que você necessita. O título desse post é referência à cena do filme "O Náufrago" (Cast Away, 2001), serve bem em momentos de tristeza profunda que a auto-destruição (do filme "Clube da Luta") não parece te ajudar. Não achei um vídeo com legenda e o com audio original está muito baixo, porém vou apenas escrever aqui a fala do personagem principal, que já serve.
(A fala se dá quando ele comenta com um amigo sobre uma situação ocorrida quando estava na ilha e achava que não iria nunca sair de lá)
"Então, eu peguei uma corda e fui até o topo do penhasco para me enforcar
Eu tinha que testar, você me conhece.
(Ele testou amarrando um pedaço de madeira a uma árvore e jogando)
E o peso do tronco quebrou o galho da árvore
Então eu... eu não podia nem me matar da maneira que eu queria. Eu não tinha poder sobre nada. (...)
Foi quando esse sentimento veio sobre mim, como um lençol me aquecendo
Eu soube que, de alguma maneira, eu tinha que ficar vivo. De alguma maneira, eu tinha que continuar respirando.
Mesmo sem haver nenhuma razão para se ter esperança.
E toda minha lógica disse que eu jamais veria minha casa denovo.
Então foi o que eu fiz... eu continuei vivo. Eu continuei respirando.
Minha lógica se mostrou errada, porque a maré veio e me trouxe uma jangada.
E agora aqui estou, de volta em Memphis, conversando com você. Eu tenho gelo no meu copo! Mas minha esposa não me ama mais(...)
E eu sei o que devo fazer agora... Eu devo continuar respirando.
Porque amanhã o sol irá nascer. Quem sabe o que a maré poderá trazer?!"
Para alguns pode parecer triste, mas eu não acho. Essa cena, esse pensamento, esse diálogo, já salvou vidas, de verdade.

