23 de fevereiro de 2011

Sobre Egito, Líbia, Brasil & Cia.

Espero eu não ser o único bestificado com toda essa crise nos países africanos. É estranho dizer isso diante de tanto sofrimento e morte, mas digo que fico feliz em observar que as pessoas estão se revoltando contra regimes totalitários.

Na verdade, estranho mesmo são as pessoas nas redes sociais virtuais do Brasil dizendo o tempo inteiro coisas do tipo: "vamos tomar o Egito como exemplo", "enquanto os africanos agem, ficamos parados esperando", etc. Quando não é com o objetivo de fazer piada, eu acho um tanto de demagogia sair comparando a situação política do Brasil com a desses países e afirmar que a situação é a mesma.

Não, eu não sou satisfeito com o cenário político nacional porque, na minha leiga e desvalorizada opinião, as pessoas que estão no poder são despreparadas, desonestas e egoístas demais para serem representantes de uma nação, estado, cidade ou até um bairro. Porém, como dizia um grande professor de História que tive, Fábio Freitas, a diferença de se viver num regime totalitário para uma democracia é que nesta última, se você só tiver capim pra comer, você pode comê-lo e reclamar, se ele tá mal cozinhado, sem sal, desbotado, etc, sem ter que ser preso por isso.

No primeiro grito que alguém da Líbia deu, desligaram a internet, desreipeitaram jornalistas e mataram civis aleatoriamente. E mesmo assim eles ainda estão lutando e querendo a saída do sósia de Joel Santana, o Gaddafi.

Eu já viajando um pouco na situação, lembro agora das reportagens e pessoas falando do ano 1968, que é possuidor de um saudosismo enorme por parte dos "revolucionários" (principalmente os estudantes universitários), pois é um ano lembrado como divisor de águas em termos de mudança, inciado devido a uma onda de protestos na França.

As perguntas que ficam rondando na minha cabeça nesse momento de opinar usando o senso comum são:
1. Uma onda de protestos na África, vai também deixar seus frutos numa escala mundial?
2. Os frutos deixados pelo ano de 1968, influenciam diretamente até hoje o cenário político do Brasil?
3. Esse texto vai fazer alguma diferença nessa situação toda ou terá o mesmo impacto que uma twittada ao estilo #foraSarney (ou seja, nenhum)?


Liberdade de verdade nós não temos, mas posso publicar esse texto aqui sem temer por um sequestro mandado pelo governo brasileiro. Isso já é alguma coisa. Isso é o que os Africanos estão querendo agora.

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